terça-feira, 8 de abril de 2008

Amor sem tréguas



É necessário amar

qualquer coisa, ou alguém;

o que interessa é gostar

não importa de quém.



Não importa de quém

nem importa de quê;

o que interessa é amar

mesmo o que não se vê.

Pode ser uma mulher,

uma pedra, uma flor,

uma coisa qualquer,

seja lá do que for.





Pode até nem ser nada

que em ser se concretize

coisa apenas pensada

que a sonhar se precise.




Amar por claridade,

sem dever a cumprir;

uma oportunidade

para olhar e sorrir.





Amar como o homem forte

só ele o sabe e pode-o

amar até á morte

amar até ao ódio

Que o ódio, infelizmente,

quando o clima é de horror,

é forma inteligente

de se morrer de amor.



António Gedeão, OBRA POÉTICA

4 comentários:

Olinda disse...

...e sem réguas também... :-)

luis lourenço disse...

A régua é um instrumento muito tosco para as coisas do amor...

bjinho

Elsa disse...

Podemos nos cansar de pensar, de agir, mas de AMAR nunca!

jokas

luis lourenço disse...

Amar sem agir seria como dar à luz sem parir...e sem pensar...que lindo navio!...será que vai naufragar...
:=)