sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Arco de Luz/Moonlight Sonata



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É a manhã e a alvorada
Que arrancam o ser à inércia
Até nascer nele uma nova morada;
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A noite e as portas do labirinto
Que rasgam clareiras ao caos
Até brilhar nele o infinito;
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O meio-dia e o zénite solar
Que derramam energia sobre as taças
Dos amantes da vida e do criar;
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A meia-noite e os pressentimentos
Que festejam a vida aos sons da guitarra
Até tudo se afinar em explosão de sentimentos;
*
A chaga infeliz e os desmazelos
Em que a vida a e a cultura se afundam
Até o homem quebrar os medos;
*
A festa e a nascente primordial
Onde tudo se canta na música da vida
Como num barco ondulante em alto mar;
*
O instante e a luz do pensamento
Onde o ser celebra sem arrependimento
O nascer e o morrer do próprio tempo;
*
É expansão e Universo, verso e reverso,
O ser escrito no perfume de um só verso...
O símbolo da vida abundante
Mesmo a perdida e a errante;
*
Os amantes do ser e do pensar
Orgulhosos de ser um para o outro
Toda a alegria da incerteza...
No jogo do seu próprio caminhar!...

Véu de Maya

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Paixão sem hora/Albinoni







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À tua paixão pelas cores vermelhas,
Dou-te o meu espelho de volúpias serenas.
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Mas tu-irresistível-ao incendiar-te nelas,
Tal como o luar nos transes da sua ninfa pura,
Exorbitas nele e enfeitiças-me à vida,
Como papoila selvagem em encosta madura.
*
Quando à noite olho para as estrelas
E te sinto também a vibrar com elas,
Com jogos de paixão em volúpias de cinderela.
*
Dou-te o meu amor virginal
E depois, sem hora, a ceia à luz das velas!...

Véu de Maya