domingo, 17 de dezembro de 2017

BOAS FESTAS E FELIZ NATAL



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É a manhã e a alvorada
Que arrancam o ser à inércia
Até nascer nele uma nova morada;
*
A noite e as portas do labirinto
Que rasgam clareiras ao caos
Até brilhar nele o infinito;
*
O meio-dia e o zénite solar
Que derramam energia sobre as taças
Dos amantes da vida e do criar;
*
A meia-noite e os pressentimentos
Que festejam a vida aos sons da guitarra
Até tudo se afinar em explosão de sentimentos;
*
A chaga infeliz e os desmazelos
Em que a vida a e a cultura se afundam
Até o homem quebrar os medos;
*
A festa e a nascente primordial
Onde tudo se canta na música da vida
Como num barco ondulante em alto mar;
*
O instante e a luz do pensamento
Onde o ser celebra sem arrependimento
O nascer e o morrer do próprio tempo;
*
É expansão e Universo, verso e reverso,
O ser escrito no perfume de um só verso...
O símbolo da vida abundante
Mesmo a perdida e a errante;
*
Os amantes do ser e do pensar
Orgulhosos de ser um para o outro
Toda a alegria da incerteza...
No jogo do seu próprio caminhar!...

Véu de Maya

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Oh, vida peregrina/ Morricone


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Por que me seduzes, ó vida peregrina,
com véus de feiticeira atrevida,
se quando te quero amar de verdade,
me atiras com volúpias mais de mentira?
*
Mas que retórica tola!, retratas-me tu,
ao desvelar-me com o teu espanto
no sorriso encantador de seduzir,
*
Como poderias, tão depressa assim, possuir-me,
se  sou  orgia pura no azar de quem arrisca?
*
E se, ao embalar-te com ilusões de verdade,
sou a mais bela e arrojada peregrina,
nos lances sedutores da máscara e da mentira?
*
Ah, vida exuberante!-Aí? despertas-me de mim,
ao banhar-me no teu caudal esfuseante
e girar nos teus labirintos de dor e euforia!
*
Até ser em ti, puramente, só laços ardentes do coração,
E tu em mim, ilusões fortes e pomares de flores...
Ó vida pura, ó mais bela impostora, sem pudores,
Como és tão verdadeira, até nas ilusões e nos amores!...

Véu de Maya

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

NOSTALGIA DO OUTONO/CHOPIN

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Este poema, em torno nostalgia do Outono, depois de recitado pelo poeta, está escrito dentro do vídeo numa imagem delicada e sensitiva, alusiva a esta estação do ano. E vai sendo floreado e ilustrado por telas apropriadas da pintura mundial ao som desta música estrelar de Chopin...Desfrute da fusão deliciosa entre poesia, música e pintura, pela vibração do espírito e para felicidade estética dos sentidos. Enjoy the harmony: poetry, music and picture. Amazing relax. Obrigado/ Thanks.

Yet the poem, in portuguese language, for google translator, if you need. Very beautiful, I believe.
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Roda, roda, ó folha de Outono,
Que secaste sem saber...
Mas eu que te toco tão leve
Em que chá te poderia beber!
*
Canto ao vento que te leva
E ao toque que já não podes florir
E ao ver-te rodar assim serena
Como poderia não te esculpir!
*
Sigo ao teu lado pertinho
E ao vaguear no teu caminho
Sorrio-me a passear sozinho
E a sentir-te como idílio já esbecido...
*
Mas ao Baco que à vida sorri
E neste louco altar floresce...
Sob os véus do que festejo em ti
Venho dançar, ó folha de Outono,
*
Pois não quero estiolar como tu
Sem me embriagar neste poema
À nostalgia do que sinto por ti...
* E ao vento que até na morte se ri
Que sopre até valer a pena...
Na roda em que tudo na vida flori!...

Véu de Maya

sábado, 29 de julho de 2017

Na harpa da vida/Pausa Balnear.


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Ah, poeta! onde achas tu-musa mais pura?
Se até quando erras suspenso pelas estrelas,
Em jogos de inspiração que a brincar te vêm delas
Sou eu a vida-musa, a mais pura ninfa do teu véu.
*
Ah, vida! e porque me seduzes com anéis e feitiços?
Que, noutras ninfas, não são mais do que máscaras e sorrisos...
Mas em ti!-metáforas de fogo-em risos e espelhos
Nas cores dos teus sulcos em violetas e vermelhos.
*
Ah, poeta! e que colhes tu dos meus espelhos?
E desse pomar de cores em roxos e vermelhos
Onde te convido para cumes e fontes virginais,
Quando te olho-como a ninfa mais pura-nos olhos.
*
E dos leques do azar? com riscos sob mantos!
Em que te desafio do alto a rasgos com prantos,
Para lá de todas as ninfas que te enfeitiçam...
Mas tão ingénuas e efémeras nos seus suspiros e encantos.
*
Aí, ó ninfa pura, suspendes-me a respiração!
E entrelaço-me ardente aos anéis do teu coração,
A segredar-te baixinho-neste silêncio estrelar de vozes...
*
Que me jogues outra vez para as estrelas
Com a inspiração de que tu-ó minha ninfa mais pura-
Me tragas outras marés fortes e barcos e vagas!...

Véu de Maya

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Rendas Finas/Moonlight Sonata



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Os afectos são incríveis
E as palavras bosques terríveis!
Mas no voo, quero-os livres.
E a elas, pássaros sublimes,
*
Como fontes de águas claras,
No olhar-espelho das águias.
*
Do luar que brilha em teus olhos
Já avisto o teu pomar,
Mas é na embriaguez dos meus sonhos
Que te mimo com espelhos de enfeitiçar.
*
Entre o prazer dos beijos,
Bordados em volúpia de lábios,
E a renda fina dos folhos,
Perdida na ternura dos prados,
`*
Fica a lua-cheia em desejos,
E a felicidade, boémia nos olhos,
Que é como a doçura dos favos.
*
Quando o sonho te cerca
Mas é a saudade que abraza,
Deixo-te o véu que liberta
E tu a mim, volúpia em taça!...


Véu de Maya

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Ah, vida!-nos teus véus efémeros/Morricone



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Ah, poeta!-quantos olhares e espelhos avistas tu?
Que nuns, entreabres pomares altivos de colheita plena,
Mas noutros, rasgas desertos sombrios e destilas-me nua,
Como a angústia da insónia que se enrola à noite inteira!
*
Ah vida! E em que alambiques te poderia decantar?
Se é nos teus eternos opostos que te sinto a florir e murchar,
Por vagas de dor e euforias, sob um mar de alquimias incertas,
Tal como, por entre as estrelas, erram constelações secretas!
*
Ah, poeta!, Mas se sou véus, em desafios e sonhos,
Que é como, nos teus versos, inocente, me arriscas!
Por que é que te jogas ainda no desenho dos meus rostos
Sem te cansares de olhar do deserto até aos pomares que avistas?
*
Ah, vida!, Mas se é nesses contra-partos eternos,
Onde te exploro pura, como silêncio de estrelas em poesia,
Que tu és arco e flecha de cumes e vazios tão secretos!
*
Qual é o poeta que não ousaria acolher-te no teu fogo
Como ao mar alto, os navios, na sua intrepidez vadia!...

Véu de Maya

PS-FELIZ PÁSCOA A TODA A GENTE QUE VISITA ESTE BLOGUE, COM PAZ E AMOR E LIBERDADE NO MUNDO.

domingo, 2 de abril de 2017

Nos Rios do Acaso/ Albinoni




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Sou o instante que passa
Como o amor que enlaça
E até o tempo sobre o rio do ser
Que é ainda a névoa que grassa;
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Sou a vida que esvoaça
E até o mar que enfurece
Quando o barco naufraga
E o Mundo endoidece;
*
Sou o pássaro que voa
E a música que toca
Até quando a núvem escurece
E o Sol anoitece;
*
Sou a aventura do ser
E a vertigem do nada...
Toda a errância da vida
Nos véus da ilusão enrolada...
*
E toda a bruma do instante
Na eternidade cifrada...
*
Como o destino do ser?
Que é ser absoluto em tudo
Até nas miragens do nada!...

Véu de Maya


segunda-feira, 6 de março de 2017

Janelas à Noite/Morricone


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O poema está escrito no vídeo, aludindo a telas ilustrativas da pintura mundial, e floreado com a sonoridade sublime de Morricone. Convém abrir o vídeo em full screen, para uma leitura mais confortável do poema e visibilidade das imagens. Em destaque: a sintonia entre as três ates românticas ,por excelência: poesia/música/pintura. Enjoy this poetic and great moment. Obrigado/Thank You.

Véu de Maya

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Floresta Virgem/ Beethoven


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É o fio de luz sobre a névoa
Onde a vida abre clareiras
Até o fogo voltar às lareiras
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É a vida em rodopio trágico
Onde tudo traz a alegria e a dor
Até chegar ao inevitável naufrágio
*
É o mar e a ousadia dos navios
Na aventura de portos e amores
Até sonhar a liberdade em desafios
*
É o destino do Universo
Na senda da força e da leveza
Que aflora em cada verso
*
É a fonte do indizível
Clara mas cifrada nos altares
Dos arautos do intransponível
*
É o voo sobre os cumes
Que paira sobre oblíquos espelhos
Em lances de enigmas vermelhos
*
É a calma sobre os vales
A seguir aos trágicos olhares
Plantada em férteis pomares
*
É arco, flecha e visão,
Instante cruel e aspiração
Fio de luz no punhal da vertigem
*
Olhar que tudo devolve à origem
Lupa que desvenda fendas
E o destino que borda as rendas
*
Até que no caos que tudo enlaça
Se toque à profunda inocência
Na obscuridade do tempo que passa!...
Véu de Maya

domingo, 1 de janeiro de 2017


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Ó vida, divina hera! Quem te desflora?
Sou eu que em ti me deixo passar
Ou é o teu fogo seminal que me devora
No vórtice de uma águia a voar?
*
Sei que a voragem da vida
É uma águia no pensamento,
Mas, se não voarmos a tal altitude,
Como evitaremos caír antes do tempo?
*
No deserto que atravessa o Mundo,
Circula ainda o oásis que acalma,
Aquele em que o sonho é profundo
E a vida retorna ao amor que salva.
*
Se a vida fosse paródia
Queria ser o riso dentro dela,
E esvoaçar no seu véu de glória,
Até ser cura para a sua tragédia,
*
Se a voz do tempo-que é sereia morena-
Te soprar que o efémero é máscara e ilusão,
Escuta a sério a sua profundidade serena
E entrega-te à vida, com toda a volúpia e paixão!...

Véu de Maya