terça-feira, 15 de abril de 2008

Poema da minha natureza

Crescem as flores no seu dever biológico


e as cores que patenteiam, por sua natureza,


só podem ser aquelas, e não outras.


Vermelhas, amarelas, cor de fogo,


lilazes, carmezins, azuis, violetas,


assim, e só assim,


tudo conforme a sua natureza.


Ásperas são as folhas, macias, recortadas


ou não, tudo conforme;


e o aprumo como tal,


ou rasteiras, ou leves, ou pesadas,


tudo no seu dever,


por sua natureza.



É como os animais,


Em cada qual, por sua natureza,


todo o dever se cumpre.


comem, dejectam, dormem,


fazem amor nas horas competentes,


lutam , caçam, agridem,


rosnam à Lua, trinam, assobiam,


escondem-se, espreitam, fogem, amarinham,


dançam, mudam de pele, agacham-se disfarçam-se,


tudo conforme a sua natureza



Assim eu penso, e amo, e sofro, e vou andando.


tudo conforme a minha natureza.


António Gedeão; OBRA POÉTICA

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