Com efeito, se nos reportarmos à Introdução à Filosofia da História, os dois termos são apresentados «como tipos ideais que não se excluem na realidade»: « Marcam as duas atitudes extremas», das quais uma[a política do entendimento] «corre o risco de denerar em resignação» e a outra[a política da razão] «em cegueira»:« Esta torna-se impotente à força de se fiar na história, aquela à força de a esquecer; esta é mais sensata e aquela mais heroica» como se as duas políticas não pudessem impedir as suas respectivas lógicas de degenerescência, a não ser corrigindo-se uma à outra, a ponto de ser necessário conciliá-las, em vez de as opor. É o mesmo que dizer , concluia Aron em 1938, «que qualquer política é, ao mesmo tempo, uma e outra», porque «não há acção instantânea que não obedeça a uma preocupação remota, nem confidente da Providência que não aproveite as ocasiões únicas»; resumindo: « as qualidades do profeta e do empirista não deveriam ser incompatíveis», a tal ponto é verdade que «a política é ao mesmo tempo a arte das escolhas sem retorno e dos desígnios longínquos». História da Filosofia Política, 4, Direcção de Alain Renault
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