sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A vida como vontade de poder?

"Escutai agora as minhas palavras sábios ilustres. Vêde se examinei bem a vida até ao fundo, até às últimas pregas do seu coração. Em todo o lado onde encontrei vida, encontrei a vontade de dominar, e mesmo na vontade do servidor, encontrei a vontade de ser senhor.

Se o fraco serve o forte, a isso é levado pela sua vontade que, por sua vez, se quer tornar senhora de outros mais fracos do que ela; é esse o único prazer a que não pode renunciar.

E, tal como o inferior cede ao superior, a fim de ter por sua vez o prazer de dominar o que está abaixo, também o maior entre todos se devota por sua vez e arrisca no jogo a sua própria vida.

Quando o maior de todos entra por sua vez na liça, toma sobre si o risco e o perigo, e trava com a morte uma partida de dados.

E sacrifícios, serviços prestados, amorosos olhares, são ainda manifestações da vontade de poder. Por ínvios caminhos, o mais fraco insinua-se na praça forte e avança até ao coração do poderoso; e aí lhe toma o seu poder,

Eis o segredo que a vida me confiou: «Vê, disse-me ela, sou o que é obrigado a ultrapassar-se a si própria até ao infinito» Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.

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