quarta-feira, 7 de maio de 2008

Poema do livre arbítrio

A morte de Sócrates: A sua escolha teria podido ser outra?


Há uma fatalidade intrínseca, insofismável,
inerente a todas as coisas e nelas incrustada,
Uma fatalidade que não se pode ludibriar,
nem peitar, nem desvirtuar,
nem entreter, nem comover,
nem iludir, nem impedir,
uma fatalidade fatalmente fatal,
uma fatalidade que só poderia deixar de ser
para ser fatalidade de outra maneira qualquer,
igualmente fatal.


Eu sei que posso escolher entre o bem e o mal.
Eu sei que posso fatalmente escolher entre o bem e o mal.
E já sei que escolho o bem entre o mal e o bem.
Já sei que escolho fatalmente o bem.
Porque escolher o bem é escolher fatalmente o bem,
como escolher o mal é escolher fatalmente o mal.
O meu livre arbítrio
conduz-me fatalmente a uma escolha fatal।
António Gedeão, OBRA POÉTICA





2 comentários:

Elsa disse...

em todos os dias e momentos da nossa vida, temos de fazer escolhas!

e nem sempre são as mais certas...

luis lourenço disse...

Não somos nós que escolhemos, mas são as nossas escolhas que nos escolhem.
E o que mais importa é que nessas escolhas estejamos inteiros sem estar fechados.

beijinho