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Ai vida!, desvelo em ti tantos passarinhos,
Deitados em suas asas puras e branquinhas
A voar inocentes e direitinhos
Até se suspenderem leves nos mantos do céu...
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E eu-que me abismo tão peregrino e terreno!
Onde queimei eu essas asas leves
Que antes mas agora já não me levam ao céu?
*
E por ficar assim tão frágil
Tenho de viver na terra e superar-me
Incerto nos desafios secretos do véu!
*
Ah, vida louca!, porque me seduzes tanto...
Que só a ti amo e não preciso doutra amante
Para arder na tua paixão de alegria e pranto
Tão exuberante em ti ...
Como noutro rosto semelhante?
Como noutro rosto semelhante?
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Mas-já que és tão preciosa e breve-
Ó vida exuberante, minha rainha doirada...
Deixa-me arder livre na paixão do teu fogo
Pois enquanto arder em ti!
Sonharei livre-e de morte precoce-
Sonharei livre-e de morte precoce-
Ó vida soberana! A ti jamais matarei...
Véu de Maya
2 comentários:
A vida tem apeadeiros poeta
que viva a Vida. cheia...
belo e profundo. como sempre...
abraço
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