quinta-feira, 5 de abril de 2012

DÓI-ME O RISO



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Dói-me o riso
que não traz à vida
a festa do juízo;
*
Doí-me a dor
que não traz ao mundo
os laços do amor;
*
Dói-me a fraqueza
que se abraça à resignação
e já nem arrisca a superação;
*
Dói-me a força
que grita no silêncio
mas não transborda em gesto imenso;
*
E dói-me ainda mais
o grito que já não transborda
o deserto que alastra
e a vilania que retorna e grassa;
*
Mas bendigo ao silêncio
onde ele é grito e acto
e ao amor onde ele é livre gesto e laço;
E ao mundo até que no seu espelho
triunfe o amor
e se dilua a dor
que neste poema enlaço!...

Véu de Maya

1 comentário:

Sandra Subtil disse...

:))
Lindo!!!
E dilui-se a dor ao ler palavras tão belas.
Obrigada, meu amigo!
Votos de uma Páscoa feliz!