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Ah, poeta! quanta amplitude leio nos teus olhos,
Quando me desfolhas, pura, no teu jardim de sonhos
E te acolho, no eterno de mim, aos teus amores efémeros,
Tal como tu, ao celebrares-me forte, nas pétalas dos teus versos!
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Ah, vida!-e porque me afagas com esse teu sorriso,
Que para ouvidos sensíveis é o teu mais terno suspiro?
Neste silêncio inefável de laços e máscaras e rostos,
Que para ouvidos sensíveis é o teu mais terno suspiro?
Neste silêncio inefável de laços e máscaras e rostos,
Onde te entrelaço, por escolhos e teatros, olhos nos olhos!
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Ah, poeta! É que as clareiras que colho no teu olhar
São no meu espelho as tuas névoas expostas ao luar,
Como a paixão, que se verte em volúpia, nas sedas da madrugada!
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Ah vida! mas que espelho o teu, entre sonhos e olhares!
Onde, intensos, reluzem os meus silêncios e os teus andares...
E qual é o poeta que não ousaria ser por ti-ponte sagrada?...
Onde, intensos, reluzem os meus silêncios e os teus andares...
E qual é o poeta que não ousaria ser por ti-ponte sagrada?...
Véu de Maya