A CALÚNIA DE APELES_SANDRO BOTTICELLI
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É normal, o niilismo. Pode ser um sinal de força-a força de um espírito pode ter aumentado tanto, que os anteriores fins[convicções, artigos de fé...] não acompanham a sua medida. De facto, uma crença exprime geralmente a força constrangedora de certas condições de existência-a submissão à autoridade, nas circunstâncias únicas em que o ser pode prosperar, crescer, adquirir poder. Mas há também que considerá-lo como sinal de que falta força suficiente para gerar a proposta de um novo fim, de um porquê, de uma fé.
O niilismo atinge o seu máximo de força relativa na forma de força violenta e destrutiva-de niilismo activo. Como seu contrário, terá o niilismo lasso, que não é atacante, e cuja forma mais ilustre é expressa pelo budismo, pelo niilismo passivo-sinal de fraqueza.
O vigor do espírito pode afrouxar, esgotar-se tal ponto, que os fins e os valores precedentes já não se lhe adequam e nem são acolhidos por nova crença, acontecendo que a síntese de valores e fins[em que qualquer civilização forte assente] possam dissociar-se, entrar em choque com valores isolados e dar-se assim a decomposição. Então tudo aquilo que reconforta, cura, acalma, anestesia, surge em primeiro plano revestido de disfarces vários: religiosos ou morais, filosóficos, estéticos. Nietzsche, Vontade de Poder, vol I-Res editora
1 comentário:
é sempre bom
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