LUZ ASTRAL [Mozart. Piano Concerto n 21-5.51-Barra de vídeo]
*
Somos o nada que se espelha no tudo,
E a música onde o Universo
é uma máscara sublime,
Em ornamentos de veludo;
*
Somos o tudo que sofre no nada,
E o mar onde os navios
se contagiam errantes,
Nos clarins da partida e da chegada;
*
Somos a passagem,
Que se olha nos véus da madrugada,
E o véu dos abismos,
Que se deslumbra
na claridade da noite estrelada;
*
Somos o desejo que se derrama
na noite fechada,
E o vento que se descarrega
nas núvens de uma ilusão adiada;
*
Somos o amor que circula
na humanidade abismada,
E a liberdade que combate,
até transbordar numa morada sagrada;
*
Somos os véus do tudo e do nada,
Peregrinos absolutos na estrada,
Os dados de uma errância arriscada,
Inocentes sobre o recinto da vida,
Lançados, simplesmente, e mais nada!...
Véu de Maya
14 comentários:
...poema lúcido,
tecido, tramado,
bordado pelas mãos
mágicas de um poeta
singular.
você é um lindo!
bjbj
somos tudo e nada. estamos de passagem. beijos
QUERIDO LUÍS, FIQUEI EMOCIONALMENTE FASCINADA COM A TUA POESIA... ENTÃO ESTE POEMA ENTROU EM MEU CORAÇÃO COMO UM DEUS MAIOR...
ABRAÇOS DE MUITA AMIZADE POETA,
FERNANDINHA
¡¡Todo eso somos!!!
y tus palabras tejen con hilos de luz las verdades más profundas...
maravilla de poesía..
besos!! ;)
"Somos os véus do tudo e do nada,
Peregrinos absolutos na estrada,
Os dados de uma errância arriscada,
Inocentes sobre o recinto da vida,
Lançados, simplesmente, e mais nada!..."
Que coisa linda, Luís. Ah, quem me dera fazer poemas assim, os meus são tão mais simples.
Meu amigo, por que não me visita mais?
Saiba que publiquei no GALERIA sobre um filme, que é uma comédia com final surpreendente. Você também se surpreenderá com o tamanho do post, bem menor do que os anteriores. Só terá de ler mais um texto: um poema meu.
Faça o favor de ir, porque senão fico de mal para toda a vida!
Beijos,
Renata
Peregrino ou romeiro ao me perguntarem quem sou, apenas direi :-Ninguém
Ilhas isoladas de onde se avistam outras ilhas inatingiveis por falta de canoa,ponte ou capacidade para nadar até lá.
Somos ou não seres isolados e solitários navegando em mares de gente.
Gostei do poema. Um abraço
Imagine o senhor que hoje estreei-me a escrever crónicas. Deve ser do calor!
Ah! O destino...
Mistérios desvendados pela cumplicidade cósmica... Reencontro de almas apaixonadas...
Divinamente mágico, meu querido Luigi!
Mais um momento eternizado aqui, meu doce amor!
Beijos apaixonados...
corpos com alma
flutuantes
num
espaço
infiniti
e, sobretudo,
ignoradoooooooo ~
beijo
"Somos o nada que se espelha no tudo"
Gostei logo do começo deste poema tão cheio de "destino".
Um abraço.
Somos tudo e somos nada! Somos a consciência do Universo.
No princípio foi a grande explosão, e isso já faz muito tempo. Aqui só se falará do bis da noite. Ainda é possível conseguir uma entrada. Numa palavra: a recompensa consiste em criar o público do espetáculo. Sem a platéia, não teria sentido chamar de espetáculo o que aconteceu.
Quem pôde se alegrar com os fogos de artifício cósmicos quando nada além de gelo e fogo ocupava a platéia do firmamento? Quem pôde adivinhar que esse atrevido primeiro anfíbio não apenas tinha percorrido de gatinhas um trecho a partir da margem, mas tinha dado um passo de gigante pelo longo caminho até a orgulhosa visão de conjunto do primata sobre o princípio de tal caminho? O aplauso à grande explosão só chegou quinze bilhões de anos depois de a explosão ocorrer.
Levamos uma alma que não conhecemos e somos levados por ela. Quando o enigma se ergue sobre duas patas sem ter sido solucionado, é que chegou a nossa vez. Quando as imagens sonhadas beliscam o próprio braço sem acordar, somos nós. Porque somos o enigma que ninguém sabe resolver. Somos o conto encerrado em sua própria imagem. Somos os que andamos sem parar e nunca chegamos à claridade.
Beijos e borboleteios!
Ora, chegado a casa após o nosso encontro há pedaço, venho visitar o teu blog e encontro esta "Luz Astral"
também à minha espera, com música e tudo! Li os outros, dos dias anteriores, e só te repito: continua! E então, sabes lá como gosto desse título "Véu de Maya". Ah, nossos queridos Schopenhauer e Nietzsche!!!
Que show!! Bravo!! somos o tudo, peregrinos do nosso próprio caminho.
Véu de Maya teu blog está maravilhoso com esta Luz Astral, com as fotos lá no final, lindas.
Beijos e abraços com carinho.
Cleo
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