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Ah, coração de poeta! como podes tu florir?
Entre os oásis da terra e os enigmas do céu
Sem te entranhares nos labirintos da vida
E os espelhares puros nas vozes do teu véu!
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Ah, poeta! e quantos vapores de snobismo?
A vaguear na terra por entre brumas e esperanças
E no céu por entre mistérios e fragrâncias
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Rega-me antes com as cores da vida
Desde os tons da violeta até aos da orquídea vermelha
Pois é nesses cheiros que se distinguem os amores genuínos
E transitam os barcos no mar em seus altivos desafios
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Ah, coração puro! mas que alquimia de cores!
Pintada em espelhos de risos e silêncios e sentidos
Tal como nos transes das paixões altivas
Ardem menos os vapores do que os amores
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Ah, poeta! erro a vibrar nestes teu versos
Em que todo o coração puro se quer fundir
Até, no Universo, por paixão, a outros fazer florir!...
Véu de Maya