segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ah, poetas da vida!


*****
Ah, vida!, onde faltas tu aos poetas?
 Que te cantam intensa nos seus versos, 
Mas te fecham inteira numa redoma de ascetas.
 * 
Ah, poeta!-sorris-me tu-feiticeira.
 Afaga-te antes na minha longa cabeleira,
 E não te embriagues de mim, com livros de cabeceira! 
É que no meu espelho, há encantos e desafios.
 E na minha fonte, enigmas e prantos.
 E que estranhos poetas-esses!
 Que se repletam de mim com solitários suspiros? 
Aí, ó Musa minha, estendes-me a tua passagem vermelha, 
E arejas-me com os teus leques de feiticeira. 
Até me enrolares, intensa e inteira, na tua longa cabeleira.
 * 
É que: repousado nos meus livros de cabeceira, 
Tu-que és fellina e matreira?-Ganharias logo a dianteira!... 
 Véu de Maya