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Ah, vida!, onde faltas tu aos poetas?
Que te cantam intensa nos seus versos,
Mas te fecham inteira numa redoma de ascetas.
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Ah, poeta!-sorris-me tu-feiticeira.
Afaga-te antes na minha longa cabeleira,
E não te embriagues de mim, com livros de cabeceira!
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É que no meu espelho, há encantos e desafios.
E na minha fonte, enigmas e prantos.
E que estranhos poetas-esses!
Que se repletam de mim com solitários suspiros?
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Aí, ó Musa minha, estendes-me a tua passagem vermelha,
E arejas-me com os teus leques de feiticeira.
Até me enrolares, intensa e inteira, na tua longa cabeleira.
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É que: repousado nos meus livros de cabeceira,
Tu-que és fellina e matreira?-Ganharias logo a dianteira!...
Véu de Maya
1 comentário:
A vida é poesia
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