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Aí vida!, porque te acenam com quimeras
Que já arderam em peregrinas febres
Mas nunca acenderam genuínas primaveras?
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Ai vida!, e porque te suspendem
Na leveza do seu voo ou na pureza do luar
Se-na tua raiz-és pomar e desafios e azar?
*
Ai vida!, e porque se orgulham de ti
Mas-ao florear-te assim-te enviesam por atalhos
Sem te amar no profundo dos teus laços
Onde o Azar é anel cifrado que a tudo flori?
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Aí? ó musa altiva!-olhas-me sedutora
E jogas-me, no teu espelho, uma troça de vergonha
Na tua pose felina de imperscrutável feiticeira!
*
Mas agora contigo! sou só laços puros...
A espelhar-me nos teus olhares seguros
Que são de risos e dores
Como espinhos em flores!
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E fico assim-dentro de ti-
Como na embriaguez da paixão!
*
Até chegar a ser no teu mar
O rio de tudo o que sou...
E tu em mim as forças imensas que o vento levou...
A paixão real efémera do meu sonho
A incendiar-se, a cada lance, no eterno do teu fogo!...
Véu de Maya
5 comentários:
Excelente!
Beijinhos e saudades de por aqui pass(e)ar :)
mariam
Até uma pedra
tem vida por dentro
Abraço poeta
La vida te ha besado en la boca y tu alma despliega tan bellas melodías que llegan al corazón, así es tu poesía amigo mío.
Muitos beijhinos prá vocé.
REM
embriagante poema.
como musa "em pose felina"...
abraço
Meu querido Poeta
Embriaguei-me nas tuas palavras de vida...mas ela por vezes não nos deixa ser rosa sem espinho.
Obrigada pelas palavras carinhosas que me deixas sempre.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
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