domingo, 16 de junho de 2013

Ah, Vida!-Nos teus véus efémeros




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Ah, poeta!- Quantos olhares e espelhos avistas tu?
Que nuns entreabres pomares altivos de colheita plena,
Mas noutros rasgas desertos sombrios e destilas-me nua
Como a angústia da insónia que se enrola à noite inteira!
*
Ah vida!- E em que alambiques te poderia decantar?
Se é nos teus eternos opostos que te sinto a florir e murchar,
 Por vagas de dor e euforias, sob um mar de alquimias incertas,
Tal como por entre as estrelas erram constelações secretas!
*
Ah, poeta!, Mas se sou véus em desafios e sonhos, 
Que é como nos teus versos, inocente, me arriscas!
Por que é que te jogas ainda no desenho dos meus rostos
Sem te cansares de olhar do deserto até aos pomares que avistas;
*
Ah, vida!, Mas se é nesses contra-partos eternos
 Onde te exploro pura como silêncio de estrelas em poesia...
Que tu és arco e flecha de cumes e vazios tão secretos:
Qual é o poeta que não ousaria acolher-te no teu fogo
Como ao mar alto os navios na sua intrepidez vadia!...

Véu de Maya

2 comentários:

Manuel Veiga disse...

Vida e Poesia - em luta "corpo a corpo"

para honra do Poeta.

abraço

Rembrandt disse...

Con tu poesía nos regalas vida y sueños mi estimado Luis, que bella entrada enmarcada además con esa Sonata inmortal y esas palomas del genial Pablo.

Muitos beijinhos prá vocé.
REM