sexta-feira, 16 de novembro de 2012

DÓI-ME O BARULHO




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Dói-me o barulho
Que se precipita em alarido
Mas nunca é um barco seguro;
*
  Dói-me o silêncio
Que se afaga na preguiça
E já não explora a sua força imensa;
*
Dói-me a incerteza 
Que se deita na convicção
E já não arrisca a renovação;
*
Dói-me a certeza
Que se arvora em veracidade
Mas fracassa nas provas da verdade;
*
E dói-me ainda mais a mentira deliberada
Que fecha os olhos à verdade
Como a tirania à liberdade
E a baixeza à dignidade...
*
Mas bendigo ao silêncio
Onde ele é fonte de vida pura
E força de corrente imensa...
*
E ao amor onde ele é risco imenso
Mas barco de liberdade...
*
E ao Mundo até que na sua vida
Triunfe a verdade e se partilhe esta dor
Como na noite o luar...

Véu de Maya

3 comentários:

Eu disse...

o silêncio que nos leva à musica. pelas letras deste poema musical

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Poeta

Por vezes até nos doi existir, quando tanta coisa não está no devido lugar.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Manuel Veiga disse...

e assim fala o poeta. investido das dores da Humanidade...

belíssimo.

forte abraço