domingo, 21 de outubro de 2012

SOL EM NEBLINAS



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Bebo nas nascentes puras
Mas quem colhe as águas límpidas
Onde a vida é paixão de musas nuas
Com arcos de riso às parcas sombrias;
*
Desfloro as metáforas livres
Mas quem colhe o perfume delas 
Na beleza dos espelhos;
*
Habito nas colinas altas
Mas quem escuta a leveza dos céus
E desvela o segredo dos véus 
como o Sol clareia às neblinas;
*
Sonho nas moradas livres
Mas quem arranca ao homem o escravo
E o cinzela livre na órbita do senhor
Com flechas acutilantes e firmes;
*
Mas ah, se rasgo o véu destas ilusões risonhas
onde desflorei a vida em metáforas puras
Como o Sol faz às neblinas obscuras 
E o mar às pragas malfadonhas...
*
Caio no abismo de uma vertigem tristonha
Onde o deserto cresce e o homem degenera
E os povos erram escravos e sem vergonha
E da liberdade simplesmente presos por um fio!...

Véu de Maya

1 comentário:

Mar Arável disse...


Na verdade até o sol

está no fio das lâminas

Abraço