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Bebo nas nascentes puras
Mas quem colhe as águas límpidas
Onde a vida é paixão de musas nuas
Com arcos de riso às parcas sombrias;
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Desfloro as metáforas livres
Mas quem colhe o perfume delas
Na beleza dos espelhos;
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Habito nas colinas altas
Mas quem escuta a leveza dos céus
E desvela o segredo dos véus
como o Sol clareia às neblinas;
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Sonho nas moradas livres
Mas quem arranca ao homem o escravo
E o cinzela livre na órbita do senhor
Com flechas acutilantes e firmes;
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Mas ah, se rasgo o véu destas ilusões risonhas
onde desflorei a vida em metáforas puras
Como o Sol faz às neblinas obscuras
E o mar às pragas malfadonhas...
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Caio no abismo de uma vertigem tristonha
Onde o deserto cresce e o homem degenera
E os povos erram escravos e sem vergonha
E da liberdade simplesmente presos por um fio!...
Véu de Maya
1 comentário:
Na verdade até o sol
está no fio das lâminas
Abraço
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