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Ai Vida!, onde faltas tu aos poetas
Que te cantam intensa nos seus versos
Mas te fecham inteira numa redoma de ascetas?
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Ah, Poeta!-sorris-me tu feiticeira-
Afaga-te antes na minha longa cabeleira
E não te embriagues de mim com livros de cabeceira!
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É que no meu espelho há encantos e desafios
E na minha fonte enigmas e prantos...
E que estranhos poetas esses?
Que se repletam de mim com solitários suspiros!
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Aí, Ó Musa minha! Estendes-me a tua passagem vermelha
E arejas-me com os teus leques de feiticeira
Até me enrolares intensa e inteira na tua longa cabeleira...
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É que repousado nos meus livros de cabeceira
Tu? Que és felina e matreira! Ganharias logo a dianteira...
Véu de Maya