sábado, 8 de maio de 2010

HARPA INVISÍVEL

MEDITAÇÃO SOBRE A HARPA_DALÍ
*
Somos chama breve e caos a cultivar:
o fogo e a metamorfose estrelares,
o sonho e a liberdade que são lunares,
E a paixão pela vida que é solar;
*
Somos dor a trinar e ventos a soprar:
a alegria do Sol que é corda a vibrar,
o voo que se enrola na ilusão universal,
E as harpas do ser em explosão admirável;
*
Somos a errância incerta e o desafio,
as vagas do nada presas por um fio,
as margens de ser nas florestas do destino,
E a luta das paixões em frenético desatino;
*
Somos o silêncio dos ecos, e os ouvidos,
a lucidez da vertigem, e a claridade dos risos,
as raízes da vida, por brumas e gemidos,
E os prazeres de mel prós nossos sentidos;
*
Somos o barco do devir e o rio das palavras,
as vagas do caos e a leveza das metáforas,
o risco do deserto e o perfume das estradas,
o cheiro da vida em doses exorbitadas,
E por fim, éter vertido, em inefáveis moradas!...



Véu de Maya

2 comentários:

ETERNA APAIXONADA disse...

Pude acessar com mais tranquilidade e irei ler as postagens que ainda não comentei, meu querido...
Muito profundo, mas de uma leveza, que lhe é peculiar!
Mais um momento eterno!
Beijos com muita paixão.

luis lourenço disse...

Sim, minha linda, um ponto alto de floração poética na existenialidade que nos constitui e marca nosso modo de ser, na sua raíz mais profunda...Que bom que teve tempo pra ler...Miminhos e sorrisos pra vc...
Luigi