segunda-feira, 3 de junho de 2013

AH VIDA! NA EMBRIAGUEZ DOS TEUS LAÇOS



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Ah, vida! porque giras tão forte nos meus versos?
Nesses trajes de fadista sedutora em tons diversos,
Até quando me esquivo em mim de arder nos teus laços,
 Mas incapaz de resistir à embriaguez flagrante dos teus fados!
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Ah, poeta! e gostarias tu, que até antes das quimeras,
Com que te enfeitiço como frescura selvagem em viço de heras,
Te entregasse ao peso dos meus andares e desafios
Sem primeiro te afagar na leveza voraz dos meus suspiros?
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Ah, vida!-mas que gozo o teu, no espelho de mim,
E como poderia eu escapar às tuas irrupções sem fim!
Antes de mergulhar nas tuas esculturas eternas,
Como cabem na força das máscaras personagens inteiras.
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Ah, poeta!- Mas se sou alquimia de fogo nos teus versos,
Em metáfora pura do destino humano em desafios diversos,
É porque me levanta, ser no teu rio, a colina dos teus olhos
E tu, no meu mar, o barco altivo dos meus rostos!..


Véu de Maya
  

2 comentários:

Mar Arável disse...

Do ventre até à foz

como um rio

Manuel Veiga disse...

oiro da poesia mais pura - nessa alquimia de que tem o segredo.

abraço