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Ah, poeta!,-se me sonhas, primeiro, em laços entre diversos
E só depois me perfumas, como tatuagens sublimes, em versos!
Porque oscilas ainda em frente do meu espelho,
Como quem destila silêncios nas voltas do efémero?
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Ah, vida! mas se te derramo, como sonhos em versos,
E vibro por nós, ao toque estrelar, nos teus afectos mais terrenos,
Como poderia eu arder só no pomar dos teus efémeros...
Sem subir também ao altar cifrado dos teus anéis secretos?
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Ah, poeta!,-que ingénuo-tu-nos meus anéis e segredos?
A levitares, desde o riso ao silêncio até aos meus espelhos incertos!
E porque não ardes logo na bolha dos meus feitiços efémeros,
Tal como o luar que passeia, sem dor, por entre oásis e desertos!
*
Ah, vida!-ninfa altiva dos meus versos!
Se subo, em silêncio, ao fundo dos teus riscos e desertos,
Mas volto logo ao gozo dos teus pomares e encantos
É porque, para além de ti, liberta das euforias e prantos,
Qual outra poderia arder, em poesia, como canoa pura dos afectos?...
É porque, para além de ti, liberta das euforias e prantos,
Qual outra poderia arder, em poesia, como canoa pura dos afectos?...
Véu de Maya