LUZ ASTRAL [Mozart. Piano Concerto n 21-5.51-Barra de vídeo]
*
Somos o nada que se espelha no tudo,
E a música onde o Universo
é uma máscara sublime,
Em ornamentos de veludo;
*
Somos o tudo que sofre no nada,
E o mar onde os navios
se contagiam errantes,
Nos clarins da partida e da chegada;
*
Somos a passagem,
Que se olha nos véus da madrugada,
E o véu dos abismos,
Que se deslumbra
na claridade da noite estrelada;
*
Somos o desejo que se derrama
na noite fechada,
E o vento que se descarrega
nas núvens de uma ilusão adiada;
*
Somos o amor que circula
na humanidade abismada,
E a liberdade que combate,
até transbordar numa morada sagrada;
*
Somos os véus do tudo e do nada,
Peregrinos absolutos na estrada,
Os dados de uma errância arriscada,
Inocentes sobre o recinto da vida,
Lançados, simplesmente, e mais nada!...
Véu de Maya