ANOITECER NA ANTÁRTIDA Beethoven- Moonlight Sonata- 6m-barra de vídeo
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É o olhar perplexo frente à tecnologia
no espanto trágico de quase sempre ser impossível
o equilíbrio entre o conhecimento e a sabedoria;
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o alívio e o conforto da meditação que promete
na sensação de gerar uma fantástica liberdade
e o perfume de uma planetária mas ingénua igualdade;
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o perigo imerso no engenho da exterioridade
onde o paradoxo está no mecanismo de ser livre
sem ter o controlo total da realidade;
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o radar da ambição e do progresso
onde a lucidez pode abrir os binóculos à ciência
e matar na tecnologia a parte inimiga do Universo;
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o delírio pelo poder e o terrível pesadelo
onde a razão se diaboliza nas vestes da loucura
e sepulta vivos sem fim na morte e doença sem cura;
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o ser planetário e a fragilidade humana
onde a mistura se torna explosiva e as tensões
são núvens pesadas para a civilização humana;
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a fronteira entre o ser e o nada
onde o bem e o mal se galvanizam
sobre a lâmina de uma aguçada espada;
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É o olhar perplexo face à tecnologia
na ilusão paradoxal de conseguir reconciliar
o conhecimento e a sabedoria;
O radar da ambição e do progresso,
orgulhoso em engenhos inteligentes,
mas errante e com perigos eminentes;
A vertigem travestida de loucura,
com ares de que querer ser pura
e a poesia nesta batalha tão dura!...
Véu de Maya
10 comentários:
no fio da navalha. sem dúvida!
"A vertigem travestida de loucura..." que importa travar.
excelente. saudo este teu registo "engagé"...
abraços
É muito bom o seu poema.
Luis:
Postei no Galeria. Peço que vá ver, pois talvez fique muito tempo sem postar.
Um abraço,
Renata
Aproveite e vá aos outros Blogs, pois se acontecer num, acontecerá nos outros.
Poder
Delírio
e fragilidade...
Força
Fé
Faca afiada
Olhares perplexos
entre o ser tudo e não ser nada
Um beijo pra ti
A tecnologia serve para construir brinquedos perigosos.
Os antigo gregos também sonharam com a tecnologia e souberam prever exatamente o que iria acontecer. Ícaro que chega perto demais do sol e cai. Faetonte que tenta guiar o carro do sol e cai. As suas irmãs que choram desconsoladamente por ele e são transformadas em choupos, com lágrimas que se tornam âmbar.
Mas o teu poema, amigo... É belíssimo, como sempre!
Beijos e borboleteios
Provei o fel sabor de uma outra vida
Nas ruas desnudadas, lotes incertos do sem andar…
Caminhei pelos desertos secos de alma perdida
Entrando pela porta em que ninguém quer entrar
Passando para dizer,
Que me apraz aqui estar…
Que nesta sexta-feira treze,
Aconteça o que acontecer
Um bom fim-de-semana irá ser
E que o amor e paz possa reinar!
O eterno abraço…
-MANZAS-
Resumidamente... Muito Fixe.
Gostei bastante da fotografia, tão inóspita e ao mesmo tempo tão belo e fascinante.
Meu caro um abraço
Véu de Maya!
olá saudades!!! Realmente o que você escreveu
é o fio da navalha principalmente neste pedaço:
"o delírio pelo poder e o terrível pesadelo
onde a razão se diaboliza nas vestes da loucura
e sepulta vivos sem fim na morte e doença sem cura;"
muito profundo e real.
beijos Rosa
Oi Luís
Neste poema fala com tanta sensibilidade de vivências deste nosso tempo, onde disputam espaço dois saberes - razão e emoção, como você mesmo diz "...e a poesia nesta batalha tão dura!" Penso, com otimismo, que ainda bem que temos a arte para intercambiar e testemunhar estes saberes.
abç
Cidinha
a extrema complexidade da espécie humana na sua senda de "aprendiz de feiticeiro". beijos
:)))
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