quinta-feira, 24 de outubro de 2013

floresta virgem


*****
É o fio de luz sobre a névoa
Onde a vida abre clareiras
Até o fogo voltar às lareiras;
*
É a vida em rodopio trágico
Onde tudo traz a alegria e a dor
Até chegar ao inevitável naufrágio;
*
É o mar e a ousadia dos navios
Na aventura de portos e amores
Até sonhar a liberdade em desafios;
*
É o destino do Universo
Na senda da força e da leveza
Que aflora em cada verso;
*
É a fonte do indizível 
Clara mas cifrada nos altares
 Dos arautos do intransponível;
*
É o voo sobre os cumes 
Que paira sobre oblíquos espelhos
Em lances de enigmas vermelhos;
*
É a calma sobre os vales
A seguir aos trágicos olhares
Plantada em férteis pomares;
*
É arco, flecha e visão,
Instante cruel e aspiração...
Fio de luz no punhal da vertigem,
*
Olhar que tudo devolve à origem...
Lupa que desvenda fendas
E o destino que borda as rendas...
*
Até que no caos que tudo enlaça
Se toque à profunda inocência
Na obscuridade do tempo que passa!...

Véu de Maya


1 comentário:

Mar Arável disse...

Por vezes o caos

é purificador