segunda-feira, 29 de julho de 2013

ARCO E FLECHA...Pausa de Verão...Praia e Mar...


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É o desafio e a saída 
Que a palavra arranca à escuridão 
Até os trazer à luz do dia;
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O círculo e o amor da criança
Que trazem ao ventre da mãe a grande dor... 
E o grito cósmico da esperança;
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O destino subtil e a cúmplice parceria
Que deambulam pelos caminhos do mundo
Antes de subir aos versos telúricos da poesia;
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O desejo e a rebeldia
Que enchem a vida dos sonhadores
Com noites claras e frescos de ousadia;
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A liberdade e o combate
Que deleitam os homens nas colinas do olhar
E nos entregam aos impulsos do amor e da arte;
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A aventura do ser e o jogo das miragens
Que trazem a festa à terra e as ilusões à vida
Como às árvores o festejo das folhagens;
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O projecto e as invenções 
Que expraiando-se em aventuras livres
Se elevam ao cume das contemplações;
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A eternidade e o êxtase do momento
Onde sonham as moradas do mundo
Como obras felizes e pérolas do pensamento;
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É amor, paixão, desafio, alegria, dor e verdade
Névoa e claridade:
O fogo imortal da poesia...
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Onde renasce contraditória e incerta 
A vida, essa orgulhosa rainha...
Que é o sentido do ser
Por amor à sua própria verdade!...

Véu de Maya


sexta-feira, 19 de julho de 2013

SOLITUDE


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É o silêncio e a força do pensamento
Onde o eterno se reconcilia com o efémero
E o volatiliza no que nele é simplesmente etéreo;
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A encruzilhada e os oraculares destinos
Onde o gesto criador se grava no eterno
Como os peregrinos se aprofundam nos seus caminhos;
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A liberdade do ser e as correntes do não-ser
Onde a criação pura é flecha e pluma
Sobre o caos incerto e a sua bruma;
A fonte apetecível e a sua irradiação
Onde seja quem for que aí habite
Não pode deixar de pressentir o convite;
*
A querida entrada e a confortável estadia
Onde o cume da verdade, do sonho, e do mistério...
É amor donde nunca advém adultério;
*
A paragem e o sopro libertador
Onde ao instante vem a eternidade
E ao criador as metáforas da verdade;
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O laço profundo e a sagrada comunhão
Onde o tempo que é usura e a eternidade que é sonho
Se fundem numa festiva e solene união;
*
É o silêncio e a força do pensamento
Onde o eterno e o efémero se entrelaçam a cada momento;
A criação pura flecha e pluma 
Sobre o caos incerto e a sua bruma...
*
Fonte, irradiação e convite
Paragem e sopro libertador...
Onde o tempo é instante e eternidade? 
E a passagem aspira a ser: Colina e Liberdade!...

Véu de Maya


domingo, 7 de julho de 2013

Ai,Vida-Ó Musa Minha!



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Aí vida!, porque te acenam com quimeras
Que já arderam em peregrinas febres
Mas nunca acenderam genuínas primaveras?
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Ai vida!, e porque te suspendem
Na leveza do seu voo ou na pureza do luar
Se-na tua raiz-és pomar e desafios e azar?
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Ai vida!, e porque se orgulham de ti
Mas-ao florear-te assim-te enviesam por atalhos
Sem te amar no profundo dos teus laços
Onde o Azar é anel cifrado que a tudo flori?
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Aí? ó musa altiva!-olhas-me sedutora
E jogas-me, no teu espelho, uma troça de vergonha
Na tua pose felina de imperscrutável feiticeira!
*
Mas agora contigo! sou só laços puros...
A espelhar-me nos teus olhares seguros
Que são de risos e dores 
Como espinhos em flores!
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E fico assim-dentro de ti-
Como na embriaguez da paixão!
*
Até chegar a ser no teu mar
 O rio de tudo o que sou...
E tu em mim as forças imensas que o vento levou...
A paixão real efémera do meu sonho
A incendiar-se, a cada lance, no eterno do teu fogo!...

Véu de Maya