sábado, 14 de julho de 2012

SOBRE UM MAR DE NÉVOAS



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O instante é a vida na sua fonte primordial
donde irradiam infinitos segredos ainda por desvendar
e a inspiração de outros tantos mundos e futuros por inventar;
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é o desafio do ininteligível à inteligibilidade
onde a sabedoria jamais se poderia fechar na verdade
pois no caminho há mais obscuridade do que claridade;
*
é o que fica por entender e perguntar
no que o véu da inteligibilidade deixa ver
sem o fundo da ininteligibilidade deixar chegar;
*
é o voo do espírito ao mundo do ininteligível
que emerge sob o que o véu da inteligibilidade deixa ver
mas mora num enigma profundo e irreprimível;
*
é o silêncio perante o que no ininteligível
se tornou depois de iluminado o véu claridade e inteligível
mas tão-só um raio de luz projectado na obscuridade;
*
é o sopro do ininteligível ao berço da inspiração
onde a chama da inteligibilidade é uma iniciação
que faz estremecer o espírito ao irradiar no coração;
*
é o desconhecido na fonte por desvendar
onde respira suspensa e trémula a palavra
até o ininteligível em inteligibilidade se tornar;
*
É tudo: vida na sua fonte primordial
donde irradiam infinitos segredos por desvendar
e outros tantos mundos e futuros por inventar;
Desafio do ininteligível à inteligibilidade
caminho onde erra a obscuridade até ser claridade
e o espírito até ser vida, criação e liberdade;
Inspiração irreprimível na fonte primordial
onde fica suspensa e trémula a palavra
até a reflexão a tornar inaugural!...

Véu de Maya

4 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Poeta

O que dizer deste poema tão profundo?
Digo apenas que os anseios do poeta não cabem nas palavras.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Manuel Veiga disse...

profundo e belo. o teu poema...

com a fecundidade da palavra inaugural. sempre...

abraço

Cidinha disse...

Meu querido amigo, quanto tempo, não? Mas muito bom chegar aqui, e ver esta criatividade tão intensa e que enche os nossos sentidos com tão fortes e belas palavras.Espero que esteja bem!

abraço
Cidinha

Mar Arável disse...

Quase tudo

são vagarosos instantes