LUAR_EDVARD MUNCH
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O facto do discurso sobre o último homem como o homem mais desprezível se encontrar no começo do livro, o facto de Zaratustra proferir desde o começo o seu nojo, tem um sentido mais profundo no todo da obra. Zaratustra só se acha aqui no início do seu caminho, no início do caminho sobre o qual ele se deve tornar quem é. Ele precisa aprendê-lo por si mesmo e ele também precisa aprender ainda a desprezar: Enquanto o desprezo provém do nojo pelo que é desprezado, ainda não tem lugar aí, o grande desprezo: esse desprezo provocado pelo nojo ainda continua sendo ele mesmo desprezível:
"Somente a partir do amor deve bater asas o meu desprezo e o meu pássaro admoestador, mas não a partir de um pântano"[parte III, Do Passar ao Largo
" Ó minha alma, eu vos ensinei o desprezo que não chega como um verme roedor, eu vos ensinei o grande desprezo, o desprezo amoroso, o desprezo que ama o máximo possível onde despreza o máximo possível"[parte III, da Grande Nostalgia]
Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.
2 comentários:
abissal e poderoso.
como o voo das águias...
abraços
Meu caro herético...acertaste na mouche. sempre generosos e eloquentes os teus comentários.
abraço.
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