CINZAS_EDVARD MUNCH
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Ai!, as palavras, quero-as flechas ao vento,
metáforas livres a dançar no pensamento
E a transbordar de todas as cores da vida
Desde o vermelho ao cincento,
como um rio no mar de tudo
no efémero de cada momento,
*
Cheiro-as nas flores das metáforas,
Não como deserto que alucina no vazio
pela ilusão de serem vestes douradas,
Quando não passam de floreado baldio,
*
Não páro nas máscaras,
Nem nem nas ficçoes à realidade,
Mas rodo-as leves véus a esvoaçar,
como voos de águia em anéis de liberdade,
*
E subo à palavra que me toca viva
No cheiro puro duma nascente a correr,
como metáforas puras da vida
tal como silêncio que é embriaguês ao nascer....
Véu de Maya