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Luís Lourenço, Poética do Instante Filosófico..
.......Se a intensidade da vida é como o relâmpago e a profundidade da morte é como um mistério selado, como desvelar este véu de contigência que preexiste à nossa existência, e sobre o qual toda a ciência do mundo e os clarões mais ousados da consciência não passam de pequenos pontos de luz no meio de uma enorme obscuridade?
.......O trabalho para libertar no homem o escravo que tende a aquietar-se dentro e fora de nós... fonte de riqueza e libertação de muitas formas de escravidão...
.......A paixão pela vida que nos liberta da monotonia e do tédio e nos permite cheirar o perfume das flores e sentir a beleza das formas, na terra, no mar e no céu...
......O amor que nos leva a partilhar devoções e causas neste nosso Universo ainda tão enigmático....e tantos outros sentimentos profundos onde o instinto criador é fonte preciosa para a renovação das forças mais nobres, ...e a "astúcia da razão" um meio para enfrentar a bestialidade gratuita no homem e no Mundo ... E o mal é um problema terrível...Isto é um facto...talvez incontornável.
.......Enfim, pontas pequenas deste véu que sempre nos surpreende com a beleza e a profundidade das suas imagens por cima do abismo do acaso...
.......Para desvelar o nosso destino comum...tentativas fortes, um ethos histórico para imprimir a cada instante das nossas vidas o selo da aventura criadora...
....Como poderíamos morrer de tédio...e extasiar no vazio... se não fosse ainda o poder da arte...fazem todas tanta falta---mas a poesia, a música e a pintura...adornos para a nossa existência... trazem alegria e beleza às nossas vidas, tão frágeis mas ao mesmo tempo tão preciosas...
....Que pensar de tudo isto???
....Dê uma achega se puder e lhe apetecer...e mesmo que fique no silêncio da sua reflexão, liberte a bravura dos seus instintos criadores, mesmo até quando os moinhos de vento vierem acariciar as nossas mais belas utopias e ilusões....Desejemos o impossível...para sonhar e criar o inadiável...Boa viagem...vos desejo... hei-de selar esta incursão simples que partilho num pequeno poema...não sei quando...