quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

liberdade interior!

Assim os argumentos mais convincentes a favor da superioridade absoluta da liberdade interior podem ainda ser encontrados num ensaio de Epicteto, onde este começa por afirmar que o homem livre é aquele que vive conforme deseja, definição esta que ecoa estranhamente uma frase da Política de Aristóteteles, onde a afirmação«liberdade» significa fazer-se aquilo de que se gosta» é posta na boca daqueles que não sabem o que é a liberdade. Epictecto prossegue então a sua argumentação mostrando que um homem é livre se se restringe àquilo que está em seu poder, se não avançar para domínios onde pode ser travado. A « ciência de viver» consiste em saber distinguir entre o mundo exterior, sobre o qual o homem não tem poder, e o domínio do eu, do qual pode dispor como bem lhe aprouver.Hannah Arendt, Entre o Passado e o Futuro.

Margem Esquerda: Mem�ria dos afectos num momento po�tico

Margem Esquerda: Mem�ria dos afectos num momento po�tico

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

liberdade e política.

O terreno onde a liberdade sempre foi conhecida, não como um problema, certamente, mas como um facto da vida de todos os dias, foi o espaço político.E mesmo hoje, saibamo-lo ou não, a questão política e o facto de o homem ser dotado com a capacidade de agir deve estar sempre presente no nosso espírito, quando abordamos o problema da liberdade: pois a acção e a política entre todas as capacidades e potencialidades da vida humana, são as únicas coisas que não conseguimos sequer conceber sem pelo menos assumir que a liberdade existe, e dificilmente podemos tocar em qualquer questão política, sem implicita ou explicitamente abordarmos a questão da liberdade humana... Hannah Arendt, Entre o Passado e o Futuro.

A liberdade do eu é derivativa?

Esta liberdade que tomamos como garantida em toda a teoria política e que mesmo aqueles que elogiam a tirania devem levar em conta, é a exacta antítese da «liberdade interior» esse espaço íntimo onde os homens se refugiam para escapar à coerção exterior e se sentirem livres. Uma tal sensação interior não se manifesta exteriormente e, por isso, é irrelevante do ponto de vista político. Por muito legítima que seja, e por mais eloquentemente que haja sido descrita na Baixa Antiguidade, a liberdade é historicamente um fenómeno tardio e foi inicialmente o resultado de um afastamento em relação a um mundo no qual as experiências mundanas foram convertidas em experiências internas do próprio eu. As experiências de liberdade interior são derivadas, no sentido em que pressupõem sempre uma fuga ao mundo, onde a liberdade era negada, para uma interioridade a que ninguém tinha acesso... Hannah Arendt, Entre o Passado e o Futuro.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Faces da liberdade.

Nós começamos a tomar consciência da liberdade ou do seu oposto na nossa relação com os outros, não na nossa relação com nós próprios. Antes de se ter tornado um atributo do pensamento ou uma característica da vontade, a liberdade era entendida como a situação do homem livre, que lhe permitia mover-se, sair de casa, dirigir-se para o mundo e reunir-se com outras pessoas, falar com elas. Esta situação de liberdade era claramente precedida por uma libertação: para ser livre o homem tinha primeiro de se libertar das necessidades da vida. Mas a situação de liberdade não decorria automáticamente desse acto de libertação.A liberdade requeria, para além da mera libertação, a companhia de outros homens que estivessem no mesmo estado, e requeria também um espaço público comum onde estes pudessem ser encontrados-ou seja, um mundo políticamente organizado, no qual os homens livres se pudessem integrar através da palavra e da acção" Hannah Arendt, Entre o Passado e o Futuro.

Silêncio?

Hoje fica o silêncio!Imaginem por que será?

sábado, 26 de janeiro de 2008

Absoluta lucidez!

...
É a aspiração e as vagas do absoluto
onde desponta a vida e emerge a morte
quando perdida a bússola se vagueia sem norte;
...
a reflexão e a violência do pensar
que se libertam para entender o mal
na impossibilidade de sobre ele triunfar;
...
Luís Lourenço, Poética do Instante Filosófico.

O homem fora de si próprio!

Se há algo de novo no mal contemporâneo, não é simplesmente uma questão de quantidade relativa, nem de relativa crueldade. As câmaras de gás foram inventadas para poupar as vítimas a formas mais dolorosas de morte-e para poupar os assassinos a uma visão que poderia perturbar as suas consciências. Para muitos, é esta mistura perversa de industrialização com uma pretensa humanidade que torna os campos de morte tão horripilantes. As discussões sobre que tipos de morte são piores levam a formas macabras de competição. Um momento de refllexão sobre a história da tortura deixa claro que, antes e depois de Auschwitz, os seres humanos mostraram possuir competências para a crueldade que as palavras não conseguem captar"Susan Neiman, O Mal no Pensamento Contemporâneo.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Jogos entre o conceito e a metáfora.!

"Tal como o artista, também o teórico é capaz de pressentir em tudo o que o rodeia uma satisfação infinita e de se preservar, através dessa grande alegria, das consequências éticas e práticas do pessimismo, cujo olho de lince brilha apenas nas trevas.Mas é necessário precisar que, enquanto o artista a cada desvelação da verdade se mantém sempre em suspenso, com olhares deleitados, daquilo que mesmo agora, depois do desvelamento, pemanece véu, o homem teórico encontra a sua fruição no véu deitado fora" Nietzsche, A Origem da Tragédia.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Frágil- mas preciosa- é a vida!

"Hoje só o mais espectacular dos terramotos causa tantos estragos como um modesto bombardeamento. Mas, em nenhum dos casos, vemos o mal como uma questão de número. A maioria das perspectivas éticas e religiosas nega que a vida humana seja quantificável. Matar sem justificação mais uma ou menos uma alma pode não ser o que é moralmente decisivo. O Talmude comparou salvar uma vida com salvar o Mundo. Dostoievski afirmou que matar uma criança podia ser o suficiente para o condenar.Pensamentos como estes pertencem tanto à poesia como à razão. Mas o raciocínio que tenta hierarquizar os males de acordo com um número relativo de mortes ignora o que é crucial no significado de cada vida em particular"
Susan Neiman, O Mal no Pensamento Moderno.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Imperativo do eterno retorno!

Queiras o que quiseres, quere-o de tal modo que sejas capaz de o querer uma infinidade de vezes" Nietzsche, Vontade de Poder

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O choque entre a verdade e o poder!

TORRE DE BABEL_ESCHER
A verdade, embora menos poderosa e, portanto, perdedora no choque frontal com o poder, conserva uma força que é o seu apanágio: seja o que for que possam engendrar os que detêm o poder, são incapazes de descobrir ou inventar um substituto viável para ela. A persuasão e a violência podem destruir a verdade, mas não podem substituí-la; e isto aplica-se tanto às verdades racionais e religiosas como às verdades de facto. Hannah Arendt, Verdade e Política

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Riqueza da partilha.

...
É a arte de compreender onde não é correspondida
e a alegria da partilha onde se renova enriquecida
como a liberdade já não no Mundo perdida;
Coragem contra os véus da representação
dos que não se arriscam aos cumes da reflexão
por ficarem perdidos na vertigem da solução;
Viagens frágeis entre o ser e o pensar,
exaltantes como os navios no mar
e a filosofia o instante eterno a desbravar!...

Luís Lourenço, Poética do Instante Filosófico

domingo, 20 de janeiro de 2008

Despertar!

O mundo gira ao redor dos inventores de novos valores;
gira em invisível movimento. Mas à volta dos comediantes,
é a multidão que gravita, e também a glória;
e diz-se que assim vai o mundo
. Nietzsche, Assim Falava Zaratustra

sábado, 19 de janeiro de 2008

Margem Esquerda: Mem�ria dos afectos num momento po�tico

Margem Esquerda: Mem�ria dos afectos num momento po�tico

A partir do cume!

Ergueis os olhos para as alturas porque
aspirais a subir.
mas eu baixo os meus porque estou sobre
o cume.
Qual de vós será capaz de rir depois
de ter atingido o cume?
Aquele que escala os mais altos cumes,
ri dos jogos trágicos da cena como da
gravidade trágica da vida.
Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A afirmação criadora!

" Alguma vez dissésteis sim a uma alegria? Ó meus amigos, então dissesteis sim, ao mesmo tempo, a toda a dor.Todas as coisas estão encadeadas, unidas entre si, amorosamente ligadas" Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Alta disciplina!

" Superai, eu vo-lo peço, ó Homens superiores, essas pequenas virtudes, essas pequenas astúcias, esses escrúpulos do tamanho de um grão de areia, esse fervilhar de formigas, essa miserável satisfação de si próprio, essa felicidade do maior número.
E preferi desesperar a render-vos. Pois, em verdade , amo-vos por não saberdes viver neste presente, ó Homens superiores. Por isso sois aqueles que melhor viveis
" Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.

A alegria trágica da vida!

" Quando chegado a este ponto limite vê, cheio de espanto, que a lógica se enrola nos seus próprios limites, tal como a serpente ao morder a sua própria cauda, desperta para a visão de uma nova forma de conhecimento, o saber trágico, que nem sequer pode suportar sem a protecção e o remédio da arte"Nietzsche, A Origem da Tragédia.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

vitalis: poética do instante filosófico

vitalis: poética do instante filosófico

vitalis: O amor da viagem e o navio.

vitalis: O amor da viagem e o navio.

A fortaleza humana!

"A grandeza do Homem está em ser ele uma ponte e não um final: o que podemos amar no Homem, é ser ele transição e naufrágio.
Amo aqueles que apenas são capazes de viver na condição de perecer, porque perecendo se superam.
Amo aqueles a quem cumula um grande dsprezo, pois em si trazem o respeito supremo, são flechas do desejo que se estende para a outra margem"
Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

vitalis: Vitalidade!

vitalis: Vitalidade!

Vitalidade!

" Qual é o homem que a mulher, acima de tudo, odeia?
Um dia disse o ferro ao íman: É a ti que, acima de tudo odeio, pois me atrais, mas não és suficientemente forte para me reteres"
Nietzsche-Assim Falava Zaratustra.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Grandeza de carácter

"Não há uma necessidade absoluta na natureza das coisas que obrigue o homem a permanecer egoísta e fechado em si próprio sem qualquer preocupação ou sentimento a não ser os que estão centrados na sua miserável individualidade" John Stuart Mill, Utilitarismo

Sabedoria trágica!

" é o nó do objecto e a rotação do sujeito
como o enigma da esfinge no trágico herói
cuja sagacidade liberta mas enfeitiça e doi
"
Luís Lourenço, Poética do Instante Filosófico

Saber teórico e sabedoria trágica?

" Enquanto que, em todos os homens produtivos, o instinto é a força afirmativa e criadora e a consciência uma força crítica e dissuasiva, em Sócrates, o instinto torna-se crítico e a consciência criadora-uma verdadeira monstruosidade per defectum! Nietzsche, A Origem da Tragédia

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Criatura e Criador!

" No homem criatura e criador estão unidos: no homem, há a parte relativa à matéria, ao fragmento, excesso, corpo, sugidade, disparate, caos; mas no homem também há o criador, o criador de formas, a resistência do martelo, o observador do divino, e o sétimo dia. Percebeis o contraste?" Nietzsche

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Margem Esquerda: Mem�ria dos afectos num momento po�tico

Margem Esquerda: Mem�ria dos afectos num momento po�tico

Decadência=não à vida

Em vez de afirmar simplesmente«já não valho nada», a mentira moral, na boca do decadente diz:«Nada vale nada- a vida não vale de nada» Nietzsche

O sim pleno à vida

" em todas as épocas a maioria dos sábios proferiu um julgamento idêntico sobre a vida: é inútil [...] Sempre e em toda a parte as suas bocas pronunciaram o mesmo som- um som carregado de dúvida, cheio de melancolias; cheio de cansaço da vida, cheio de antagonismo à vida" Nietzsche

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

POÉTICA DO INSTANTE FILOSÓFICO.


DECLAMADO PELO POETA



Música de fundo-Schubert. Formatação-vídeo e imagens-Helô Spitali

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POEMA DECLAMADO PELO AUTOR

Aos que lerem a minha "poética do instante filosófico" quero apelar para que não hesitem em enviar-me o feedbacK que considerarem necessário।Adquirir em http://www.livrosnet.com/