domingo, 25 de janeiro de 2015

Soneto à orgia do tempo


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Hei-de ser mar e terra e fogo e ar...
Quando, por fim, na roda que a tudo sela,
Secarem as flores da vida ao trémulo da vela,
Em vestes que só o tempo levará a pratear;
*
E de sublimes versos, saírem cristais,
Como fluem das marés, algas e sais...
E de loucas paixões, volúpia e flores,
Em poções felinas, na altivez dos amores;
*
E das fundas dores cravadas no Mundo?
Chegarem gritos urgentes, de enlace profundo,
Ao luar da alegria, onde ela nunca vibrou...
*
Até que tudo, por fim, na orgia do tempo,
Tal como a vida ao arder em caos imenso,
Volte a ser no destino o anel onde brilhou!...

Véu de Maya

Deixo-vos o meu abraço, com afecto.

2 comentários:

Manuel Veiga disse...

uma orgia de palavras belas

e um soneto de alto gabarito.

forte abraço, Poeta

Manuel Veiga disse...

uma orgia de palavras belas

e um soneto de alto gabarito.

forte abraço, Poeta