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Roda, roda, ó folha de Outono,
Que secaste sem saber
Mas eu que te toco tão leve
Em que chá te poderia beber!
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Canto ao vento que te leva
E ao toque que já não podes florir
E ao ver-te rodar assim serena
Como poderia não te esculpir!
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Sigo ao teu lado pertinho
E ao vaguear no teu caminho
Sorrio-me a passear sozinho
E a sentir-te como idílio já esbecido...
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Mas ao Baco que à vida sorri
E neste louco altar floresce
Sob os véus do que festejo em ti
Venho dançar, ó folha de Outono,
*
Pois não quero estiolar como tu
Sem me embriagar neste poema
À nostalgia do que sinto por ti...
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E ao vento que até na morte se ri
Que sopre até valer a pena
Na roda em que tudo na vida flori!..
Véu de Maya