CAOS E ORDEM_M. C. ESCHER
*
É o fio de luz sobre a névoa
onde a vida abre clareiras
até o fogo voltar às lareiras;
onde a vida abre clareiras
até o fogo voltar às lareiras;
*
é a vida em rodopio trágico
onde tudo traz a alegria e a dor
até chegar ao inevitável naufrágio;
*
é o mar e a ousadia dos navios
na aventura de portos e amores
até sonhar a liberdade em desafios;
*
é o destino do Universo
na senda do força e da leveza
que aflora em cada verso;
*
é a fonte do indizível
clara, mas cifrada, nos altares
dos arautos do intransponível;
*
é o voo sobre os cumes
que paira sobre oblíquos espelhos
em lances de enigmas vermelhos;
*
é a calma sobre os vales,
a seguir aos trágicos olhares,
plantada em férteis pomares;
*
É arco, flecha, e visão,
instante cruel e aspiração,
fio de luz no punhal da vertigem;
Olhar que tudo devolve à origem,
lupa que desvenda fendas,
E o destino que borda as rendas:
Até que, no caos que tudo enlaça,
se toque à profunda inocência,
na obscuridade do tempo que passa!...
Véu de Maya
3 comentários:
...é a calma sobre os vales,
a seguir aos trágicos olhares,
plantada em férteis pomares;...
Lindo!
Uma floresta a ser explorada, admirada e amada!
Beijos ao meu querido, com todo amor...
fantástica a imagem...obrigado, minha linda...Miminhos...Miminhos...Miminhos.
Luigi
invejável poema...
"fio de luz no punhal da vertigem..." - recolho este verso e parto em surdina. escutanto musicalidade do teu poema.
abraços
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