SOLDADO BEBE_MARC CHAGALL
Big Bang da vida
explosão de contrários
jogo divino em fogo criado
e luta eterna, sem descanso e sem fim
imortal e sem medida!
explosão de contrários
jogo divino em fogo criado
e luta eterna, sem descanso e sem fim
imortal e sem medida!
***a não ser no fulgor do meio-dia
e na explosão festiva da alegria da vida
onde canta a música
e sonha festa e a poesia
e na explosão festiva da alegria da vida
onde canta a música
e sonha festa e a poesia
***e onde cintilam a arte e a filosofia
que trazem de volta o sal à vida,
como jogos de musas
e mistérios na claridade dos dias!***Eras festa imensa
e fogos puros de artifícios,
eras nascente de aventura livres,
e berço de viagens sem precipícios !***Mas vestiste de tragédia,
cega, feia, horrível e real,
as múltiplas vidas que perderam
a fonte dos sonhos vitais
em jogos absurdos
desesperados, fatais!***
De tragédia bonita e real,
com viagens flutuantes de vida,
e correntes de Sol e fantasia!
caíste, abrupta e absurda, na morte real,
e no caos profundo, vergonhoso e letal,
abriste assim mais um sepulcro
para a poesia!***E na voragem cega da guerra,
que crianças e jovens,
que mulheres e homens,
que a todos levaste fora do tempo,
como falas agora da sua inocência?
que fechaste em manto tão triste!***Poderás ainda errância dionisíaca do mundo,
lugar dos sonhos, das dores e das elegias
trazer de volta o fulgor da vida
ao berço das inspirações
e libertá-la com raios profundos
da destruição e das escravas submissões? ***Ai! se tudo isto nada mais fosse
que um sonho!
ainda que o sonho de uma elegia!
Ah! como tudo isto imaginaria
trazer de volta à terra humana
acima do luto e do pesadelo e da dor
a vida, a festa e a poesia!...
que trazem de volta o sal à vida,
como jogos de musas
e mistérios na claridade dos dias!***Eras festa imensa
e fogos puros de artifícios,
eras nascente de aventura livres,
e berço de viagens sem precipícios !***Mas vestiste de tragédia,
cega, feia, horrível e real,
as múltiplas vidas que perderam
a fonte dos sonhos vitais
em jogos absurdos
desesperados, fatais!***
De tragédia bonita e real,
com viagens flutuantes de vida,
e correntes de Sol e fantasia!
caíste, abrupta e absurda, na morte real,
e no caos profundo, vergonhoso e letal,
abriste assim mais um sepulcro
para a poesia!***E na voragem cega da guerra,
que crianças e jovens,
que mulheres e homens,
que a todos levaste fora do tempo,
como falas agora da sua inocência?
que fechaste em manto tão triste!***Poderás ainda errância dionisíaca do mundo,
lugar dos sonhos, das dores e das elegias
trazer de volta o fulgor da vida
ao berço das inspirações
e libertá-la com raios profundos
da destruição e das escravas submissões? ***Ai! se tudo isto nada mais fosse
que um sonho!
ainda que o sonho de uma elegia!
Ah! como tudo isto imaginaria
trazer de volta à terra humana
acima do luto e do pesadelo e da dor
a vida, a festa e a poesia!...
Luís Lourenço, em "Verdade e Política" de Hannah Arendt, Lisboa Editora