MIMO REFLEXIVO...F.NIETZSCHE

BOSQUE PERFUMADO COM LAVANDA

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"De onde provêm as montanhas mais altas?-Assim perguntava outrora. Então aprendi que elas vêm do mar.

Esse testemunho está escrito em suas rochas e nas paredes de seus cumes. A partir do que há de mais profundo, o que há de mais elevado precisa de ganhar a sua altura"

F. Nietzsche, Assim Falava Zaratustra

LÍRICA DO BEIJO...

O BEIJO_GUSTAV KLIMT

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No silêncio das estrelas...

Transitam mistérios cifrados,

Mas é no claro dos meus véus

Que cheiro a orquídeas vermelhas

E a lírios roxos perfumados!...

Véu de Maya

GESTO E MÃO

DUAS MENINAS AO PIANO_RENOIR

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ESPELHO DE MULHER

MULHERES NA PONTE_EDVARD MUNCH

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No silêncio, sou poeta,

E altas vistas, no barulho!

Mas se te escuto, na vida sagrada,

E levanto teus véus de estrela,

Sinto que és, não simples murmúrio,

Mas harpa, na noite velada!...

Véu de Maya

VÉUS DA ILUSÃO...

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PRIMAVERA_PORMENOR_BOTTICELLI

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Nos sonhos, danço em labirintos,

E nas emoções, em abraços vitais...

Mas, na vida, afago-os urgentes,

E a elas, reflorações virginais,

Como a claridade dos silêncios,

 Em voos livres, e semi-longínquos,

De águia sobre vales imensos!...

Véu de Maya

FANTASIAS...

FILOSOFIA DE ALCOVA_R. MAGRITTE

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Os espelhos que trocámos

São côncavos, e até convexos!

Mas é do mistério dos teus olhos

Que vem a luz dos meus versos...

Véu de Maya

MADRUGADA...

O FRISO BEETHOVEN-ASPIRAÇÃO À FELICIDADE-PORMENOR. GUSTAV KLIMT

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As romãs do teu pomar

Cheiram às luas da vida,

Mas é se as colho em teu olhar,

 Que não resisto à volúpia prometida...

Véu de Maya

FONTES CLARAS

CARTA BRANCA_R.MAGRITTE

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Os afectos são incríveis,

E as palavras, bosques terríveis.

Mas no voo, quero-os livres,

E a elas, pássaros sublimes!

Como fontes de águas claras,

No olhar-espelho das águias...

Véu de Maya

VOLÚPIA SAGRADA

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ROSA COM ORVALHO

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Entre os risos da madrugada

E o prazer dos teus folhos,

Rasga-se a volúpia sagrada...

E a malícia dos meus olhos,

Em que te espelhas acordada!...

Véu de Maya

DE CRISTAL É O INSTANTE

A PEQUENA RESPIGADEIRA_RENOIR

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De cristal é o instante,

por ser riso do efémero,

e até vertigem estonteante.

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De seda é o poema ao clarear

 sombras nas brumas do ser,

depois de nos véus florescer,

até em destinos se entranhar.

*

Mas inocente é o riso da criança

Que dança nas pontas do mistério,

E ao vento lança flechas e esperanças,

Só que Mundo! Tu-como as alcanças?

*

E profundo voltará este espelho,

Olhar alto, nos lances do vermelho,

que roda como luar, a cada instante,

na vertigem de ser leveza de criança,

Em altar puro, e até estimulante,

Onde a vida toque ao azar,
 Como violino em contradança!...

Véu de Maya