terça-feira, 13 de novembro de 2012

DÓI-ME O SILÊNCIO





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Dói-me a solidão
Que é refúgio forçado
Em vez de ser companhia sagrada;
*
Dói-me a vertigem
Que é atracção pelo abismo
Em vez de ser profundidade na origem;
*
Dói-me o silêncio 
Que é refúgio solitário 
Em vez de ser meditação doirada;
*
Dói-me a inquietação
Que é voragem acelerada 
Em vez de ser plantação solidária;
*
E dói-me ainda mais a mediocridade insolente
Que sob os véus da elegância delicada
Destrói à vida como um veneno corroente:
*
Mas bendigo ao silêncio
Onde ele é altar de meditação doirada;
*
E à vida, onde ela é inquietação sublime
 e plantação solidária!
*
E ao Mundo até que no seu coração
 Floresça o amor...
*
  E se dilua a dor-companheira da alegria-
Como a aurora...da madrugada!...

Véu de Maya

6 comentários:

  1. Dói-me este poema de tão belo! Comprendes a dualidade?
    Beijinho, amigo!

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  2. Doi-me o seu sofrimento.
    Deixo-lhe uma pétala, como um alento.

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  3. Ah, Sandra! Entendo muito bem.
    Ah, Hannaé Pais! Não se trata de um estado de alma, mas de um laço profundo à vida e ao Universo. A dor e a alegria são coisa menor...para o poeta. Obrigado a ambas pelo carinho da visita. bjnhos.

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  4. Querido amigo, aunque duela el Poeta nunca debe callar es su voz la que se levanta entre tanta mediocridad e ilumina la vida de tantos.
    Hermosos versos querido amigo, enorme placer leerte además de reflexionar sobre algunas cosas.

    Beijinhos y bom fim de semana.
    REM

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  5. solidões... solidárias!

    belíssimo poema, amigo.

    abraço

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