sexta-feira, 6 de junho de 2008

EQUIDADE E JUSTIÇA?

MENINA COM ARCO_PIERRE AUGUSTE RENOIR,1885Óleo sobre tela, 125x 75 cm, Washington, National Gallery of Art

"Não se pode esquecer que o princípio da equidade tem duas partes, uma que indica como é que contraímos obrigações, ou seja, praticando volutariamente certos actos, e outra que estabelece a condição de que a instituição em causa deve ser justa senão de modo perfeito, pelo menos tão justa quanto é razoável esperar face às circunstâncias concretas. O objectivo desta segunda cláusula é garantir que a obrigação surgirá apenas se certas condições de fundo estiverem cumpridas. A aceitação ou mesmo o consentimento de instituições claramente injustas não dá origem a obrigações. É geralmente aceite que as promessas obtidas por extorsão são nulas ab initio. Da mesma forma, as estruturas sociais injustas constituem, elas próprias, uma espécie de extorsão, ou até de violência, e o consentimento que se lhes preste não é vinculativo. A razão para esta condição está no facto de que as partes na posição original insistirão para que ela seja imposta", JOHN RAWLS, UMA TEORIA DA JUSTIÇA,

10 comentários:

  1. Primum vivere deinde philosophare!

    beijinho

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  2. desculpe mas não consegui perceber a relação do texto com a pintura impressionante de renoir...

    do impressionismo pincelado da menina com arco que tem a ver com o princípio da equidade?

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  3. uma Ordem social injusta avilta e corrompe. até os meus sábios estão em risco...

    abraços

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  4. Venho aqui pela primeira vez ao teu blog.
    De extremo bom gosto.Parabéns!
    Sobre o principio de equidade apenas sei que tem a ver com o respeito dos direitos e com a justiça natural.É a ideia que tenho.
    Um beijinho e obrigada pela visita.

    P.S.Respondendo ao teu comentário, posso dizer que tudo o que ali está é bem real, são os meus sentimentos, as minhas ideias, tudo o que vivencio e sai directamente do meu coração para a ponta dos meus dedos.

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  5. Pensemos, então, na possibilidade da "desobediência civil"!...
    .
    Rawls pode ser um "lírico", mas...
    .
    :)

    [Beijo...]

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  6. salvé!

    Sem obrigações, sem deveres, sem "pareceres", sem molestar, duvidar....
    a injustiça é a face negra do que se entende ou define por "poder".
    Equidade é outra versão de justiça...refiro-me a ambas com o mesmo tom, tocando suavemente a ESPERANÇA para que esta entoe o verdadeiro hino que é: Ser... "Sendo"! Logo... SE PARECE!
    Poder? Não conheço! Mas sei que circula livremente, impunemente por aí....
    e só se diluirá, quando os injustiçados, ou outros, deixarem de o reconhecer...oferecendo-lhe a força que não tem, de facto!- lamentavelmente, ignoram que possa existir outra FORÇA!!

    Passando mais amiúde pelo meu sentir, julgo que a "menina do arco", representada por
    Renoir é o espelho da Inocência e da Pureza; as crianças, ignoram o que não se vincula a todo essa forma de ESTAR! Assim sendo...só lhes resta...BRINCAR!
    ...numa perfeita despreocupação.

    Não sei se foi este o seu sentir, mas para mim, tem toda a lógica a sua escolha...

    Espero que tivesse apreciado o "Eterno".
    E assim, nesta eternidade em que nos encontramos... "verificando-nos, até descobrirmos, a Pedra oculta", vão também os meus votos nuanceados de azul de um brilhante fim de semana.

    ESPAVO! - reconhecendo a €Luz que há em si- olá e adeus - como em MU

    Mariz

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  7. Viva Mariz!

    Não poderia estar mais de acordo com o brilho poético e filosófico
    das incursões fulgurantes[ para mim perfeitos e já conhecidos] de Carlos Drummond de Andrade, sobre a Luz a textura do Eterno.
    As imagens que a Mariz escolheu para ilustrar os textos do poeta tão reconhecido são fantásticas e luminosas...
    Honra-me com os seus comentários no meu blog-dada a sua qualidade estética e filosófica autênticas.

    Um beijinho e bom fim de Semana.

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  8. Olá Ivone!

    Em sociedades onde a equidade é secundarizada, é perfeitamente possível imaginar esta tela impressionista da "menina com o arco"[desde que haja artistas com a craveira de Renoir].
    Mas crianças reais com vida feliz e a brincar inocentemente serão obviamente cada vez menos se as sociedades não se aproximarem da teoria [ideal] da justiça como equidade desenvolvida por Johhn Rawls.
    O meu sentir a partilhar foi estimular a fórmula do dois em um[ a beleza da Arte e a ética da Justiça].
    Uma escolha, como todas, discutível e aberta, mas que assumo serenamente sem qualquer dogmatismo.

    Agradeço a visita.
    :)
    Tenha um bom fim de semana.

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  9. Salvé Véu de Maya
    Afinal não tivemos a mesma visão da "menina do arco" de Renoir...não pensei estabelecer paralelismos como aludiu, mas sim, significados comuns.
    Abraço
    Mariz

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